segunda-feira, julho 13, 2015



 

«Ecos e Sussurros»   do mar do Norte...na Galiza....
por  VALDEMAR AVEIRO

 
O Capitão  Valdemar Aveiro, um amigo de velha data, desafiou-me aqui há uma semana a, com o Rui Bela, fazermos um documentário sobre a pesca do bacalhau.O Valdemar ia fazer a apresentação dos seus livros, a convite de uma Associação de Capitães pescadores de BUEU (Galiza),mais propriamente  no Museu  Massó, e gostaria de ter um «pano» de fundo

A tarefa, dado o momento, não era fácil(no tempo disponível ).Mas ao Valdemar não podia dizer que não.

Convidado o Rui, pusémos mãos à obra(muito mais ele que eu ,claro...).

E na passada sexta feira rumámos à Galiza.Mais propriamente ao Porto Pesqueiro de Bueu..

A pequena Villa encanta. Umas praias magníficas banhadas por uma água caprichosa de um verde esmeralda de encher o olho, aqui e ali tingido por um azul safira, num degradèe verdadeiramente estonteante. Águas calmas, interiores, já bem longe das Islas Cies, banhando um areal  soberbo. Um «pueblo» tipicamente  galego, onde a cada passo se tropeça num bar onde no «altar» se podem  degustar umas excelentes tapas acompanhadas  de um soberbo e fresco  «albarinho». ali mesmo junto à praia. Ao centro do areal um pequeno estaleiro (a abarrotar!)  de embarcações de pesca da costa. Mais ao lado,  uma pequena marina e um ancoradouro exterior, onde amarram dezenas de embarcações tradicionais. O sítio deslumbrou-me, e jurei lá voltar.
 
                                   
                                                                   Villa de BUEU

Em Bueu  existe um Museu -o museu MASSÓ- museu náutico interessante, albergado num edifício de antologia. Que uma família rica doou ao Município para tal finalidade. No frontispício, duas pedras graníticas, imponentes, exibem em baixo relevo uma  nau e  uma caravela, quinhentistas, identificando o local.

Bueu é  uma praia  que « quixo facer honra do seu nome. Unha salgadeira ,um forno alfar e um tipo especial de ânfora ,gardan  a memória de intensa vida deste lugar na época dos romanos. Co passo do tempo das salgas, deram passo às conservas», lê-se num folheto local.

«Bueu», é pois, a designação de uma ânfora romana.

 

                                                

                                                                   «BUEU»

A história de tão cativante lugarejo, está ligada ao domínio peninsular romano, pois ali existiu uma fluorescente industria de olaria ,cuja peça  mais notória recebeu a designação de «bueu».E a afamada (e bonita!) ânfora deu o nome ao lugar.

Voltemos á apresentação de Valdemar Aveiro...

Às vinte uma horas  a sala do auditório  do museu Massó estava repleta de interessados em conhecer,  ouvir e partilhar com o  autor da série de livros (são ja quatro)  os «ecos» duma história vivida de pescador do bacalhau, primorosamente trazidos à memória recente. Muitos à falta de lugar, enchiam o corredor de acesso. Meia dúzia de conterrâneos nossos, fizeram gala em mostrar o apreço por Valdemar Aveiro,e compareceram. E nem faltou um caprichoso e galhardo «Confrade  do Bacalhau», trajdo a rigor, despertando a curiosidade dos que olhavam aquele insólito gabão, num dia quente estival, quase intolerante. A vida de confrade «oblige»...ou julgam que é só andar nos «comes e bebes»?
                      
 
 
                                      Um  «Confrade» a rigor...e um «paisano»
O que mais me impressionou foi o interesse demonstrado,as muitas perguntas a que Valdemar com a sua proverbial ,pausada, e lucida eloquência, soube dar. Dando-se ao luxo de exibir um curioso sotaque, e  até léxico, galego. E encheu ...a rede....

 

                                       


                                            VALDEMAR AVEIRO a «dar o lanço»

 Mas acima de tudo gostei,porque o que  me foi dado assistir, está nos antípodas do observado em «outros locais», onde não vislumbro essa camaradagem. Nem  o carinho que muitos colegas de profissão, hoje também eles retirados da faina, mostraram ,em Bueu, por Valdemar  Aveiro. Quer elogiando-o como um excelente  profissional, mas acima de tudo, muito singular e relevante, pelo seu  carácter de camarada solidário, sempre pronto a ajudar.


 

                                   


Amigos, camaradas e....curiosos.

(cont)

Sem comentários:

  67.   Poemas de Abril Abril: síntese inalcançável Já não há palavras  Que floresçam Abril,  Nem já há lágrima...